Cansada de tirar xerox, ela largou o estágio para faturar milhões
Frustrada com os estágios que encontrava, Poliana Ferraz decidiu
empreender aos 21 anos e hoje tem uma empresa que fatura 30 milhões.
A empreendedora
Poliana Ferraz, dona da Super Estágios.
São Paulo
– Poliana Ferraz tinha 16 anos quando iniciou sua primeira faculdade, em
Relações Internacionais. Pouco tempo depois, começou a estudar também Direito.
Porém, tanto numa faculdade quanto na outra, ela teve dificuldade em encontrar estágios que de fato a ajudassem
a aprender mais sobre suas áreas de estudo.
“Em Relações Internacionais era
difícil encontrar algo, e quando encontrava, o trabalho não tinha nada a ver
com o que eu estudava. Já nos estágios de Direito, em vez de aprender algo, eu
ficava tirando xerox, atendia telefone, fazia serviços de office boy. Era muito
frustrante”, lembra.
Logo
Ferraz descobriu que ela não era a única com esse problema – e então a
frustração se tornou uma ideia de negócio. Foi o começo da Super
Estágios, empresa que conecta empresas, estudantes e instituições de ensino, e
que faturou 30 milhões de reais em 2016.
“Primamos
muito por indicar os estudantes para vagas que realmente tenham a ver com a
área que eles estudam. E também buscamos conscientizar as empresas sobre a
importância dos programas de estágio, mostrar para elas que ali estão os seus
futuros profissionais. O estagiário não é um profissional para resolver coisas
fúteis. Ele pode agregar valor”, afirma a empreendedora.
O negócio teve início em 2009,
quando Poliana tinha 21 anos e estava terminando sua segunda faculdade. Sem
capital próprio, ela pegou 1.500 reais emprestados com a mãe, alugou um espaço
pequeno em Vitoria (ES) e contratou um programador para desenvolver uma
plataforma digital.
“A ideia era desenvolver um
sistema para interligar com rapidez a empresa que cadastrava a vaga, os
estudantes e as instituições de ensino. A gente identificava os perfis e
cruzava as informações. Tive alguns clientes pequenos no início e fui
aperfeiçoando a plataforma com o feedback deles. Hoje, com o nosso sistema, a
empresa acompanha seu programa de estágios de qualquer lugar, assim como os
estudantes e as instituições de ensino”, explica a empreendedora.
Como todo negócio, a Super
Estágios enfrentou dificuldades em seu início. “Tinha que trabalhar para pagar
as contas do mês seguinte. Pegamos móveis emprestados. Não foi fácil. Mas com o
tempo fomos crescendo e em 2015 montamos nosso modelo de franquias”, comemora a
empreendedora.
No modelo de negócio da Super
Estágio, cada empresa paga uma taxa mensal por estagiário que contrata através
da plataforma. A Super Estágios seleciona os candidatos e depois faz um
acompanhamento daquele estagiário. Caso haja uma insatisfação do estudante com
as atividades do estágio, por exemplo, ele pode registrar o problema direto na
plataforma.
Quem tiver interesse em ser um
franqueado da marca deve estar preparado para desembolsar 170 mil reais de
investimento inicial (já considerando taxa de franquia e capital de giro). O
faturamento médio mensal de uma unidade é de 108 mil reais, considerando 2 mil
estagiários contratados. O lucro médio mensal é de 45 mil reais. “Como atuamos
no setor de serviços, nosso lucro é maior do que a média das franquias”, afirma
a empreendedora. O retorno do investimento ocorre em média em 19 meses.
Atualmente a rede tem sete unidades espalhadas
pelo país e o objetivo é chegar até o final do ano com 25.
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